Meu testemunho - Introdução

Há quase um ano, no dia 06 de Abril, iríamos completar 6 anos de casados, mas no dia 03 ele saiu de casa disposto ao divórcio. Arrumou as malas e esperou eu sair para fechar a porta e jogar a chave fora. Eu, que até então era a maior interessada nessa possibilidade, cai de joelhos no chão e um buraco foi aberto no meu peito.

Dias depois, descobri que nunca tinha vivido um casamento de verdade, mas sim, morava junto com alguém que gostava, e apesar de ter nascido na igreja, ter família cristã e conhecer sobre a verdade bíblica, jamais poderia imaginar que estava fazendo tudo errado.

Mas então era tarde. Por aqui, tudo vazio e tive que enterrar alguém que estava vivo. E mesmo que eu queira descrever pra você a dor que eu senti, jamais conseguirei chegar perto de um vislumbre se quer de tamanho sofrimento. Ainda sinto suas fisgadas quando penso, um anzol puxando e puxando sem parar meu coração, eu lembro, mas essa dor não existe mais, está no fundo do mar, e deu lugar a um amor incondicional.


Mas vamos começar lá em 2005. Pretendo ser mais simplista possível, mas sem abandonar alguns detalhes importantes, mas já vou logo avisando que adoro escrever, então, senta, pega um chazinho que tem muita conversa boa pra nós.

...

Quando conheci meu marido em Julho, ele namorava outra mulher há pouco mais de 4 anos, e embora tenha achado aquele homem de 1.80 lindo demais, me contive ao descobrir que ele já tinha compromisso. No mesmo instante me coloquei no meu lugar e o ignorei. Mas foi então que ele me notou.

Eu acabara de aceitar um emprego no despachante da mãe dele, e fui trabalhar com a futura sogra, sem ao menos imaginar que ali, com aquele contrato de trabalho, meu destino estava assinado.

Alguns dias depois, estávamos conversando com frequência, e ele me convidou para sair. Não pensei duas vezes para negar com um sisudo NÃO, não saio com pessoas comprometidas. E completei, se um dia você quiser sair comigo, deverá estar solteiro. E sorri, com a possibilidade, mesmo remota (na minha cabeça).

Era uma sexta-feira quente demais para um gelo desses. Mas nem sofri, fazer algo contrário a isso jamais havia passado pela minha cabeça. Fui pra casa tranquila.

Na segunda-feira, ele chegou com a notícia de que havia terminado com sua namorada e estava livre pra mim. Não levei muito a sério, mas ele insistiu, e embasbacada, aceitei um encontro para o dia seguinte.

Em 2008 ficamos noivos, com direito a pedido de mão pro meu pai e bolo. Em 2009 ele veio morar comigo, dividimos o apartamento, reformamos, e em 2010 nos casamos.

Foi um casamento simples. Sábado dia 10/04/2010 no cartório e domingo um almoço para família e padrinhos. Tudo do jeitinho que a gente quis. Singelo e com a nossa cara. Flores laranja e roxas, detalhes dos bem-casados, fotos dos noivos. Tudo parecia perfeito. Afinal, ele era o amor da minha vida.

Em junho descobri que nossa família iria aumentar, (mas antes, volta um pouquinho em 2003 - nasceu minha primogênita, fruto de um namoro de adolescentes) e então, éramos quatro.

Minha caçula nasceu em 2011, e eu que já estava no quarto ano da faculdade de psicologia, tive que trancar devido a dores e dilatações que sofria, além de forte enjoo e indisposição.

Nesta época eu já trabalhava com meu marido em seu escritório de contabilidade, nesta situação, fui afastada desde o quinto mês e a partir de então, nunca mais voltei para o mercado de trabalho.

Abri mão da minha carreira e fui tratar de ser mãe. Pois os filhos crescem, e eu não queria perder o melhor da festa. Com o apoio do meu marido claro, fui retomando aos poucos trabalhos, cursos, outras áreas, e hoje tenho três empresas e o ajudo com as nossas despesas.

Mas até chegar esse momento, passamos por alguns perrengues, passamos apertado, mas graças a Deus, nunca nos faltou nada. Mas não foi fácil ficar em casa, não foram fáceis os meses que não entrava nada de dinheiro pra mim. Ele me cobrava. Não foi fácil explicar ao meu marido que criança tem que ser educada pela mãe, e que nenhuma carreira vale a terceirização de um filho.

Meu marido era católico até me conhecer, não frequentava igreja, mal orava, e aprendeu comigo, aos poucos, o que Deus espera das mães com relação aos filhos.

Embora eu soubesse disso pelo simples fato da experiencia, não sabia conduzir meu casamento.

E ele discutia comigo por causa de dinheiro, e eu revidava, ele brigava e eu não deixava barato, e vivíamos por anos em algo destrutivo.

Apesar dos lindos momentos juntos, não tínhamos o essencial: Deus estava no banco de trás do nosso carro. Quando deveríamos mesmo era dar a direção para Ele, mas nos fizemos fortes por nossas próprias mãos. E por mais que existisse amor de verdade entre nós, ele não era suficiente.

E foi então que em meados de 2014 minha pequena foi para escolhinha. A independência chegou por aqui, e pude sentir uma tal liberdade que me convidava a sempre mais e mais. Eu me garantia financeiramente, tinha influência no meu ramo, era conhecida e amiga de muitos. E quando tudo estava chato por aqui, o mundo lá fora me instigava a conhecer o que ele oferecia de "bom".

E eu cai na dele. Quis ter uma vida paralela a meu marido. Ele tinha a dele e eu a minha. E o tal do cliclo virou insano mesmo. E passamos a ter poucos bons momentos. Passamos a esconder coisas, pessoas, senhas, amigos, e um abismo se abriu entre nós. Já estava tudo perdido. E quanto mais eu sentia raiva dele, mais ele fazia coisas pra me afastar, e vice-versa. Ninguém queria dar o braço a torcer, ninguém. E por dois anos, passamos a remar em um barco furado até o seu mais que esperado naufrágio. E não teve outro destino. Pudera, cavamos nossa própria cova. Mas a culpa era de quem? Dele obvio. Dela, obvio, ele exclamava. E o elástico arrebentou.

Ele saiu de casa decidido: eu quero o divórcio.

Era o nosso fim, e por mais que eu esperasse, e por vezes almejasse isso, encarar ele de frente, foi um baita soco no estomago.

Por mais que você imagine o que é uma separação, jamais vai saber se não passar por uma, e acredite, não tem raiva, birra ou ódio que supere a tristeza de um fim. Não tem nada pior que isso. Acredite!

Leia a Parte II










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