Casamento ou um ringue de luta?
Quem nunca brigou com o marido que atire a primeira pedra! Não no marido, tá?! Rs
Dias atrás, me acabei de rir rolando o dedo pelas redes sociais, quando dei de cara com uma imagem de um copo de água na internet, mas não era apenas um copo de água, era uma boa analogia com a paz de um casamento, e até aí tudo bem, mas a imagem dizia que ela (a esposa) enchia a boca de água toda vez que queria brigar com seu marido, e que fazia disso uma solução para cuidar do seu casamento, pois com isso, esperava a raiva passar de boca cheia e não discutia com o marido. Mas minha crise de riso veio com os comentários da Foto, em que uma outra mulher escreveu: eu posso até beber a água, mas na hora da raiva, jogo o copo na cara dele.
Eu morri de rir, claro! Mas vou contar um segredo pra você, eu já fui essa mulher do comentário, digna de tola. E isso, não tem nenhuma graça.
Certo dia, logo depois do primeiro ano do meu casamento, tive uma discussão com meu marido e fui pra casa da minha avó. Fácil fugir dos problemas voltando pro nosso lugarzinho seguro, né?! Mas pensa naquela mulher lúcida, sabiamente paciente e dedicada ao marido, é ela, minha doce vozinha, que com
seus cinquenta anos de casada, vendo minha situação, sentou na cadeira á minha frente e disse essas palavras: “não chateie seu marido com discussões tolas, guarde seu descontentamento, sua raiva, seu choro pra Jesus, só Ele pode resolver, beba bastante água, respire, e depois de engolir, volte pra sua casa e mude seu comportamento, e não espere que a mudança esteja no seu cônjuge, seja você a mudança da sua casa.”
Naquele dia eu ri, contestei, e por muito tempo, ainda briguei por um pedaço de terra pra chamar de meu dentro de casa. Até um dia o chão se abrir, e então entender que de nada adianta ter razão a plenos pulmões se eu não tiver a paz e meu marido em casa.
Eu não sei você amiga, mas eu sei bem das coisas que geram a pugilista em mim, e que desperta o pugilista no Bruno, e quando escuto o sinal, os dois sobem no ringue e pra que? Agora me convença de que existe uma explicação óbvia pra tantas disputas de poder!
Embora eu saiba que não existe nada no mundo que afaste mais meu marido de mim do que a falta de respeito, muitas vezes eu uso isso pra provocá-lo, pra atingi-ló, quando no fundo mesmo, eu só queria atenção!
Gritar, xingar, bater... tantas coisas que se encaixam perfeitamente na receita da falta de respeito. Isso serve para os maridos que não respeitam as mulheres também, viu?!
Mas na minha situação, eu que queria tudo meu jeito, eu queria mandar e ser obedecida, eu queria assim e assado, meu marido era aquele que cedia na maioria das vezes, apaziguador, tranquilo. Até o dia em que ele explodiu. E com razão.
Pq nem tudo é do jeito que a gente quer. E nunca será, não é mesmo?! Eu tive que aprender na marra. E nesse trabalho de dedicação e persistência, eu escolhi ceder.
Mas pq sempre a mulher? Pq vc Natália?
Pq demorou muito pra eu reconhecer que sou aquela pessoinha mimada, autoritária, dramática, intensa e cheia de urgências intermináveis, que caminha, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a menina e a mulher. Demorou muito para que eu conseguisse abrir mão de querer tudo sempre do meu jeito.
Pq Cá entre nós, o que se ganha com isso? Não se ganha! Se perde! Se perde o companheirismo, se perde o mais íntimo no Elo que podem ter dois quando se tornam um.
E quando a gente vai entender que não somos inimigos? Que não precisamos disputar quem é o melhor nisso ou naquilo? Quem tem razão? Quem precisa pedir desculpas?
A gente olha um pro outro e pensa: tenho tudo que preciso! E por um tempo pensamos que temos mesmo. Mas carregamos uma bagagem tão grande que envolve os mais profundos sentimentos arraigados, que às vezes nem são nossos, e que quando projetados no outro, abrem feridas que arrancam pedaços, e a gente nem sabe como limpar. Nem sabe quem machucou ou colocou lá!
E a grande verdade é que no fundo só temos medo. Muito medo do poder que o outro tem sobre nossos irremediáveis traumas secretos. Criamos defesas como uma criança que usa seus instintos pra bater o pé, gritar e se defender de outra. Pra afastar a outra. E afastamos.
E se cria então um abismo entre duas partes que precisam caminhar juntas, senão, se despedaçam pelo chão das estatísticas. Não é esse o plano de Deus.
Entender isso, mudou tudo por aqui. Tudo mesmo? É uma luta diária, confesso! Não com o outro, mas comigo mesma!
Com amor, Naty
📸 @cacadominiquinifoto
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